quarta-feira, 22 de junho de 2011

Simetri A irtemiS

Simetria é, em significado geral, a harmonia resultante de certas combinações e proporções regulares.

A simetria é estudada na matemática, porém é aplicada na vida inteira de modo geral. Diversos filósofos utilizaram a simetria em suas teorias.

Segundo Platão, “Belo é tudo aquilo em que as partes se agrupam de um modo coerente para compor a harmonia do conjunto”. Além disso, Platão utiliza conceitos de simetria para compor sua teoria do Mundo das ideias (alma) e Mundo da matéria (corpo).

Aristóteles introduziu o conceito de simetria e Kant baseou-se no conceito para criar o plano fenomênico e o plano noúmenon.

Porém, de acordo com o conceito de simetria (aquilo que resulta na harmonia de combinações) uma coisa não precisa ser exatamente igual à outra para serem simétricas como na imagem acima. A Simetria pode existir em opostos, os próprios opostos já foram simétricos.

Os opostos derivam-se de uma mesma origem, porém as variadas condições os fazem modificar-se da sua natureza até atingirem um grau tal, em que um apresentará as características que faltam no outro. Estes terão a mesma origem desdobrada em características completamente “opostas”.


Já parou para pensar que o ser humano, que encerra em si tantos contrastes, tantas oposições e tantas divergências é proveniente de um mesmo ancestral?

É por isso que é tão difícil viver com seres que são tão simetricamente diferentes...

sábado, 7 de maio de 2011

O que fazer após a orgia?

Vivemos na “pós orgia”. Pelo menos, é isto o que diz Jean Baudrillard.

O sociólogo francês caracteriza como orgia, as décadas passadas, após a guerra fria. Tempo onde ocorreram diversas revoluções e com elas libertações religiosas, políticas, sexuais, econômicas, de crítica e anti crítica, das artes, de crescimento entre outras.

A pós orgia, período em que vivemos, é um período onde todas as vontades ficaram para trás. As revoluções já foram feitas, mas não do jeito que cada um queria, então nós apenas simulamos. Simulamos as vontades, seriedades, utopias e a esperança. Simulamos o que desejamos que acontecesse, mas não corremos mais atrás, não lutamos por isso. Apenas alimentamos estas ilusões.

Esta simulação é a alienação. Alienação é o processo de auto-anulação, o homem não consegue mais estabelecer uma identidade própria.

Para Baudrillard, o único meio de acabar com a alienação é se espelhar no outro e buscar virtudes no outro. O outro é diferente e cheio de segredos, e esses segredos agirão como uma sedução. O homem seduzido para descobrir mais sobre o outro, perceberá o quão diferente os indivíduos são entre si e passará a se enxergar como um “eu”.

Então, vamos lá! Vamos fazer uma orgia de pensamentos! Por que nós precisamos viver alimentando ilusões, se nós podemos transformá-las em realidade?

domingo, 17 de abril de 2011

Quero uma ditadura para o meu ego

“Juventude perdida”; “Os jovens alienados de hoje em dia”. Que atire a primeira pedra a pessoa que, com menos de 25 anos, nunca ouviu um adulto falar isso. Proferidas por nossos pais, repetidas pelos nossos professores e endossadas por qualquer adulto, essas frases sempre chegam a nossos ouvidos.

Deles não podemos duvidar, têm uma bagagem de dar inveja: “Derrotamos uma ditadura”; “Passamos por um congelamento de preço e uma tremenda inflação”; “Sobrevivemos à crise do petróleo e à guerra fria”; “Acompanhamos o fim de um presidente e pintamos a cara para acompanhar o fim do outro também”; “Vimos o Brasil sorrir e cantar a liberdade no Rock in Rio”; “Te demos o voto, liberdade política, econômica, sexual, religiosa, tecnológica e você fica ai, nesse computador...”

Eu não posso falar nada. Eu nunca pintei a cara, nunca fiz reuniões secretas, nunca estoquei alimento com medo de o preço subir, nunca chorei pela morte de um presidente nem nunca deixei de fazer algo por não ter direito, eles fizeram isso por mim...

Dizem que o protesto da juventude de hoje, é pelo computador, isso até foi comprovado no Egito, mas aqui, nunca tivemos algo para ratificar. Motivos não faltam, somos da Era de Arruda, Zé Dirceu, Mensalão. Era onde Maluf, Tiririca e Enéias são eleitos como mais votados. Era em que Fernando Collor pode se reeleger sem problemas. Mas nós, nós nunca protestamos. Para que eu não vou curtir uma coisa, na internet, se eu posso curtir tantas outras no Facebook?

Nós somos a juventude de hoje em dia, nós é que temos que fazer a mudança. Não podemos esperar pelos nossos pais, eles já fizeram as deles. Precisamos nos mover, pensar. Cantar, compor, dançar, ler, gritar, falar e aprender a falar não, debater, nos informar, defender nossas opiniões e aprender a respeitar as dos outros. Protestar contra o que não queremos e a favor do que queremos. Pensar em mudar, pensar em nós, pensar em todos. Fazer jus à luta de nossos pais, às caras pintadas, à liberdade cerceada, ao pensamento fervente, ao protesto na Candelária, à mudança, fazer um brinde à mudança.

Chegou a nossa hora, fomos bem instruídos. Agora é só aplicar o que aprendemos.

Não precisamos de uma ditadura política, temos uma ditadura ideológica e não podemos nos acomodar, usemos os ensinamentos de nossos pais e lutemos contra aquilo que vai de encontro ao que prezamos. Caso contrário, o que ensinaremos aos nossos filhos?

A Juventude ainda não está perdida e apesar de não termos feito tudo aquilo que eles fizeram, “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais.”

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sturm und Drang

Tempos atrás, a literatura era o único meio de passar pensamentos e filosofias em massa. Os gêneros literários, nada mais são, do que a expansão no papel dos pensamentos da época. Logo, agem construindo correntes filosóficas e desconstruindo dogmas diversos.

Na década 1770-1780, ocorreu na Alemanha, um movimento de idéias que influenciou muitos intelectuais e as artes, tanto no seu tempo quanto posteriormente.

Este movimento foi chamado de Sturm und Drang, que em português significa: Tempestade e ímpeto.

O movimento representou o prelúdio do romantismo e defendia idéias como: Exaltação da liberdade; Apreço dos sentimentos fortes (paixões calorosas e tempestuosas); Superação dos limites impostos pela fé; Culto à natureza e ao panteísmo; Retorno a cultura Clássica (grega antiga), entre outras.

Os grandes expoentes desse movimento foram: Klinger, Goethe, Johann Herder, Friedrich Schiller... Estes pensadores expunham em suas obras toda a mudança e a revolução que ocorria na Alemanha com os pensamentos divergentes.

Em suas obras, Goethe, aborda muito o individualismo, mesmo esta não sendo uma característica presente do movimento. Obras como Werther e Fausto têm seus enredos todos delineados através do pensamento individualista. Em “Os Sofrimentos do Jovem Werther”, a personagem principal, tem um pensamento autônomo e utiliza-se do todo para alcançar seus objetivos. Como não alcança seu desejo, o amor de Carlota, acaba enfim, por realizar seu objetivo final. O suicídio.

O Sturm und Drang representou uma grande revolução literária e filosófica, é um movimento conflitante e intenso.

Se você não o conhece, leia livros daquela época, quem sabe você não se identifica com o pensamento.

sábado, 2 de abril de 2011

"Sertão é dentro da gente"

Existem diversos tipos de cultura no mundo. Porém é dentro de um mesmo país, que compartilha da “mesma cultura”, que encontramos as maiores diferenças. Este é o caso do Sertão Nordestino.

A cultura sertaneja baseia-se no clima do sertão. O baixo índice de precipitações impede o desenvolvimento da agricultura. Logo a região é inclinada à pecuária extensiva (criação de gados). Como se necessita de uma grande área para criação de gado, um pequeno número de homens, os coronéis, vai deter a maior quantidade de terras. E a grande massa populacional, sem terra própria, deverá vender sua força de trabalho a um coronel para ter onde morar.

A cultura nordestina é a forma cultural brasileira que mais se assemelha à idade medieval na Europa. Os senhores feudais seriam os coronéis. Os servos, o contingente populacional. Os guerreiros seriam os jagunços (milícias armadas pelo coronel para defender suas propriedades). Os movimentos contra o regime se personificariam nos cangaceiros e nos intelectuais. E o culto exacerbado à religião, encontraria-se na religião quase mítica do sertão nordestino.










O sertão é uma terra de grandes contrastes. Está em constante movimento, mas nós não o enxergamos. Nós, de outras regiões, temos do Nordeste (sertão), a mesma visão européia da idade média, de atraso. Vemos o Sertão como um lugar seco, árido, atrasado. Um lugar que não cresce que não se desenvolve, não produz cultura e por isso gera tanta retração populacional. Um lugar que não acompanha as mudanças do mundo moderno, que não produz arte, que não tem arte.

Estamos errados.

Basta pegar um cordel que veremos temas como: Genética, clonagem, inseminação artificial, armas nucleares...

O sertão gera cultura, gera arte e é arte. E não precisamos nem citar Luiz Gonzaga, Ariano Suassuna, Chico Science, Patativa do Assaré, Graciliano Ramos entre outros para exemplificar a cultura nordestina, basta cantar o verso inicial de Asa Branca, que todos a sua volta repetirão a música de cor e você entenderia o sentido de arte sertaneja.

O Sertão é uma terra de Guerra e Paz, de Amor e Ódio. Um lugar que nos mostra uma vastidão cultural e que tem muito a nos ensinar.

Agora, se você ainda não considera o sertão como um berço de cultura, vá ao Sertão e conheça quem são os “cabras da peste”.


“Sertão é onde manda quem é forte com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado! E bala é um pedacinho de metal” Guimarães Rosa

terça-feira, 29 de março de 2011

Enquanto a vida prepara outra vida

Antes de qualquer manifestação, queria deixar claro que não estou aqui para julgar qualquer tipo de religião ou crença, apenas para divulgar um pensamento, uma tese. Se você é contra algo ou acha um pensamento mal elaborado, comente o que pensar e pense no que comentar.


Em toda e qualquer relação humana existem criadores e criaturas.

Deus criou o homem, os pais criam os filhos, o homem criou o capitalismo e as máquinas e a internet...

No inicio, os criadores tem total controle sobre suas criaturas e com o passar do tempo as deixam agir por conta própria. Os pais controlam seus filhos quando criança e os deixam agir, na maioria das vezes, como querem. O homem controla o capitalismo ao criá-lo, assim como as máquinas e a internet. Deus dá livre-arbítrio aos homens e os controla através das promessas de céu e do inferno.

Porém, com o passar do tempo os criadores caem nas mãos de suas criaturas. Os pais já idosos passam a depender dos filhos. O Capitalismo age como um sistema humano que controla os próprios homens, as máquinas passam a fazer dos homens seus objetos de trabalho e a internet acaba por vigiar e massificar a consciência humana.

Mas e Deus?

Será que um dia teremos que controlar Deus? Será que com o passar dos tempos O Criador dará espaço a criatura? Será que Deus não é uma antiga criação do ser e que com o passar dos tempos passou a controlar os homens assim como todas as outras criações humanas? Ou será que nós somos os nossos Deuses e só atingiremos a plenitude quando entendermos isso?

E eu?

Eu só sei que graças a Deus, eu nada sei!

domingo, 27 de março de 2011

Quem com ferro fere, com mouse será ferido

Você usa a internet para quê?

Fazer pesquisas? Conversar com amigos? Ler revistas? Ouvir músicas? Saber das notícias? Ou planejar uma revolução contra o ditador que comanda seu país?

A internet é sem dúvida o maior recurso atual em qualquer campo de relações humanas, é uma arma extremamente poderosa e eficiente.

E é quase uma ofensa ver em alguns países este recurso sendo censurado.

Em países com ditaduras ou governos rígidos, principalmente os fundamentalistas islâmicos, o uso da Internet é proibido. Porém é através da Internet, que acontecem: revoluções, novas ideias, protestos e tudo mais. Formando assim um espírito revolucionário, mas não um espírito clássico, como o da revolução francesa ou o da islâmica e sim um novo tipo de revolução, o tipo da Líbia, Egito, Tunísia e de países como o Irã, que daqui a pouco não conseguirão conter a força virtual. O tipo originado na nossa época e que se perpetuará até onde não sabemos.

São elas: As Revoluções Virtuais.

E você, no Twitter, se achando revolucionário por mandar o Galvão calar a boca hein!